Estas foram as tonalidades com que ficaram as nossas paisagens, depois do incêndio que lavrou no dia 14 de Agosto. Uma grande extensão que vai precisar de tempo para recuperar.
domingo, 31 de agosto de 2025
terça-feira, 26 de agosto de 2025
Aviso da Câmara Municipal de Trancoso (Apoio aos Agricultores)

domingo, 24 de agosto de 2025
AVISO
Solicita-se a todos os proprietários lesados pelo incêndio que deflagrou na nossa freguesia, que apresentem, até dia 27 deste mês, uma lista detalhada dos seu prejuízos, para assim se avaliar rapidamente os danos sofridos e se avançar para o apoio aos que foram afetados.
Nesta primeira fase, a atenção será para perdas e prejuízos em primeira habitação, culturas, animais, árvores de fruto e equipamentos agrícolas, industriais e comerciais.
Para todas as informações, contactar a Junta de Freguesia.
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
Registos para memória futura: "Dias negros e um povo que luta"
Vão ficar os registos, pois há momentos que apesar de terríveis, não devem ser esquecidos.
Bem-haja a todos os que ajudaram nesta batalha!"




"Foi a 8 de Agosto, pelas 14h31, que este incêndio iniciou em Freches a sua corrida desenfreada em Direção a Norte.
Sabíamos que se o vento continuasse a soprar de Sul, vinha ter à nossa Ribeirinha. E assim foi. Percorreu as várias freguesias que encontrava pela frente, visitou a Cidade de Trancoso onde decorria a Feira de São Bartolomeu, dirigiu-se por Castaíde e localidades à volta até encontrar a nossa Serra. Tentou atravessá-la por Rio de Mel, passou rente a Palhais e dirigiu-se para os lados do Reboleiro e iluminou a serra até Sebadelhe. Ao mesmo tempo, lavrava por outras freguesia do concelho de Trancoso alargando a sua conquista até outros Concelhos.
População residente, emigrantes de férias, vizinhos, amigos, bombeiros, GNR e outras entidades estiveram todos na batalha. A prioridade eram as vidas, as casas e depois... os bens.
A frente que devorava a serra do Pisco, no dia 13, estendia-se desde Vila Novinha até Carapito. Durante a noite, parecia arder lentamente e tudo estava aparentemente controlado, com tudo preparado à espera no sopé da montanha.
Na tarde do dia 14, com o aumento das temperaturas, pelas 13h30, houve um reacendimento na serra, perto do Reboleiro. Muitos ocorreram prontamente para o apagar, como já é costume, apesar do cansaço acumulado de dias e noites de luta constante.
Mas foi dos lados da quinta do ferro que, pelas 14h30, surgiu inesperadamente, o monstro que galgou em segundos por todos os lados, atingindo Palhais e Benvende.
No cruzamento tomou várias direções, com o vento a alterar muito a sua direção. A velocidade e a força era tanta que depressa rodeava tudo em todos os lados, com múltiplas projeções em simultâneo. Não havia mãos para tudo...
Um Inferno Real, que transformou muito em cinzas e que não deixou só marcas na paisagem. Marcou quem esteve e quem não podia estar.
Seguiu em direção às povoações vizinhas, até se unir ao incêndio que começou em Sátão, na zona do "Mosteiro da Ribeira", chegando a afetar 10 concelhos, apesar dos 1400 operacionais a combater as chamas.
Os dias posteriores foram de fumo intenso (em especial durante a noite), de dificuldades em respirar, de voltar às máscaras, de lembrar a pandemia, de dormir aos pedaços, de sobressalto, de constante inquietação e de vigia pois continuavam os reacendimentos. Mas estamos todos vivos.
Agradeçamos pelas vidas, pelas casas e pelos pedaços verdes, que se salvaram, também graças à água disponível e ao trabalho de todos os que puderam estar presentes e que lutaram, lutam e continuarão a lutar até que este diabo desapareça sem deixar fumo e que se encontrem formas de não o voltarmos a ver.
Que se melhore o que tiver que ser melhorado!"
(Texto de Natália Mestre para Memória Futura nos arquivos de " Palhais à Vista")